quinta-feira, 22 de julho de 2010
Ele protege!
Como já contei há algum tempo atrás, estive fazendo um trabalho mais especifico na cadeia civíl!
é um lugar de difícil acesso e muitas vezes pouco agradável. Comecei a faze-lo dentro da ala masculina, mas aquilo estava me incomodando, mesmo sendo informal e um estudo bíblico rápido, ainda assim era um ambiente hostil e pouco protegido!
Foi então que designei o serviço para outros homens da igreja e comecei a trabalhar com as mulheres durante a semana e com cultos de sábado!
O trabalho com as mulheres frutificou muito e agora tem sido contínuo! Todos os sábados grupos de mulheres adventistas cantam com as coletâneas que consegui montar com a ajuda de alguns membros daqui, fazemos estudo bíblico "A Bíblia Ensina Jovem" e anotamos os pedidos de oração para orar durante a semana!
Como de costume entramos em um sábado de manhã na cadeia, passamos pela revista, e então os guardas prisionais nos encaminharam para as alas!
Existem 2 alas masculinas que fazem culto de manhã e uma feminina! Os homens que nos acompanhavam para fazer o culto foram logo dirigidos às suas respectivas alas.
Mas eu estava acompanhada de outras 5 mulheres, e então ficamos esperando até que nos chamassem. As detentas tem obrigações simples antes de poderem ir para o nosso culto, assim sempre temos que esperar um pouco até que possamos entrar em contato com elas.
Esse sábado, no entanto seria bem diferente dos outros!
Eu estava levando mais 60 estudos Bíblicos para a ala das mulheres, pois a maioria ainda estava sem.
A minha mochila estava pesada e não tínhamos lugar mais para esperar, foi então que um guarda prisional nos chama a acompanha-lo. Fomos sem entender muito e percebemos que estávamos entrando no pavilhão masculino, me perguntei se por um acaso as mulheres tinham acesso aquela parte, mas continuei acompanhando, não conhecia aquela parte, pois só tinha acesso para dar estudos bíblicos semanais à área externa da prisão. Quando chegamos a um portão de ferro entre longos corredores, o guarda disse: "Hoje vocês assistirão o culto aqui!", entramos em uma quadra de esportes improvisada com o teto aberto e protegido por grades. Lá dentro estavam os irmãos da igreja que foram conosco para a Cadeia civil para o culto daquele sábado de manhã. Eles já tinham começado o hino inicial com os 93 presos que lá estavam e, sem que eu pudesse dizer mais nada a porta de ferro foi fechada nas minhas costas!
Eu não costumo ter medo de muitas coisas.
Já fui assaltada aqui. As vezes sou obrigada a pegar táxi muito tarde e andar por ruas que conheço muito pouco. Já tive que fugir de bêbados e homens com pouco pudor ou decência, Mas dessa vez o medo subiu pela minha espinha e me arrepiou o cabelo!
Talvez por saber a realidade prisional do Brasil, isso tenha parecido mais medonho para mim do que para as mulheres que me acompanhavam. A questão é que no Brasil não se coloca 5 mulheres no meio de 93 presos sem nenhum guarda por perto! Isso seria um caminho a um desastre.
Eu respirei fundo e disse a Deus: "eu não faço idéia do que Você esteja fazendo, mas acredito na Sua proteção!"
Quase que instantaneamente Deus me lembrou dos estudos bíblicos e quando um dos presos que regia o hino inicial me chamou a frente para dirigir o culto, eu já sabia o que fazer.
Entreguei os estudos que eram poucos, mas suficientes para começar a primeira lição!
Lá estudei e ensinei-lhes sobre a existência de Deus. Conversamos um pouco sobre Suas características e sobre Seu imenso amor. Todos participaram e se envolveram como homens civilizados do Senhor. E aí eu vi a mão de Deus!
Eu nunca teria entregue esses estudos a eles se não fosse essa intervenção divina.
Ele sabia que a ala masculina precisava tanto disso quanto a ala feminina.
Eles continuaram os estudos com os homens, e eu não precisei mais ir até aquela parte da cadeia.
Quanto às mulheres, pude entregar a elas no sábado seguinte e terminar os estudos que havíamos começado.
Mas quanto a mim, pude comprovar mais uma vez a transformação que Deus faz na vida das pessoas e ainda pude entender que Ele me protege porque o Seu intuito é bem mais real e divino que o meu!
Grande abraço aos queridos...
Saudades imensas
Aline Camargo
(com 2 semanas de Cabo Verde pela frente e contando!)
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